Labels

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Para começar...




Billie Holiday




Não consegui pensar em algo melhor para minha primeira postagem do que escrever sobre uma das melhores cantoras que ja ouvi,Billie Holiday ou somente Lady Day, ela foi considerada uma das melhores cantoras de jazz do seu tempo.


E por ser uma das minhas cantoras favoritas sou ate suspeita pra escrever sobre esta musa.Ela simplesmente era fantástica,sua voz penetra em nosso ser,suas dores cantadas com uma voz que ate hoje não vi igual,algumas de suas canções tocam nossas dores tão fundo que chegam a me fazer chorar e ficar cada vez mais maravilhada com sua carreira musical.


Mas quem era esta mulher?





Eleanor Fagan Gough não teve uma vida fácil,ela era pobre,negra,filha de pais adolescentes (sua mãe tinh 13 anos e seu pai que as largou quando Billie ainda era um bebê tinha 15),foi violentada por um vizinho com 10 anos de idade e punida por isto,foi para uma casa de correção para vitima de abusos.
Aos doze foi trabalhar limpando chão de prostibulos e aos quatorze caiu na prostituição,mas sua vida começou a mudar.Estando mãe e filha ameaçadas de despejo por falta de pagamento de sua moradia, Billie sai à rua em desespero, na busca de algum dinheiro.Entrou em um bar do Harlem onde se ofereceu como dançarina,foi um desastre,então o pianista sensibilizado com a menina,perguntou se ela sabia cantar.Nem preciso,a partir dai sua vida começou a mudar.


Billie nunca teve educação formal de música e seu aprendizado se deu ouvindo Bessie Smith e Louis Armstrong.
Billie Holiday foi uma das mais comoventes cantoras de jazz de sua época. Com uma voz etérea, flexível e levemente rouca, Sua dicção, seu fraseado, a sensualidade à flor da voz, expressando incrível profundidade de emoção, a aproximaram do estilo de Lester Young, com quem, em quatro anos, gravou cerca de cinquenta canções, repletas de swing e cumplicidade. Lester Young foi quem lhe apelidou "Lady Day".


Infelizmente,a partir de 1940 apesar do sucesso,Billie sucumbiu ao alcool e as drogas,momentos que tambem foram refletidos em sua voz e em sua musica.
Nascida na Filadélfia em 1915, BILLIE morreu em Nova York em 1959 de cirrose por complicações com álcool e drogas (não de overdose como diz a wikipedia). Tinha setenta centavos de dólar em sua conta bancária, e um policial a esperava na porta (caso sobrevivesse) para prendê-la por posse de drogas.
Apesar de tudo,Billie quebrou tabus na época, chegou a cantar em banda de homens brancos, o que não acontecia no seu tempo.


Uma dica boa é fazer um jantar pra pessoa que você gosta e colocar um CD da Billie Holiday pra tocar de fundo... A música é muito gostosa, tanto pra ouvir mesmo, atentamente, quando pra colocar como som ambiente.
Billie tem uma voz sensual,perfeita que realmente toca a alma de qualquer pessoa que tenha sensibilidade de entender o que suas musicas significavam.



Lady Day-the best of Billie Holiday


billie_holiday_jazz_classics__large1




6 comentários:

Lady Rock disse...

\o/

Priscila.... disse...

ooi minha linda
cantinho novo e cá estou eu!
adorei tudo aqui,
confesso que somente ouvir falar dela, mas nunca tive "vontade" em si para escutar(sendo verdadeira)!

Beijos e seguindo aqui tbm!

Joaquim Rodrigues disse...

Começou arrazando com a "king" do blues/jazz.

Quasimodo ma non troppo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Quasimodo ma non troppo disse...

[I Parte]

«The Lady Sings The Blues»

Uma quase autobiografia (quase porque não é uma autobiografia no tradicional emprego do termo - conta várias passagens da sua vida e do mundo do jazz) - a ler para quem quiser compreender em primeira mão o sofrimento de uma mulher negra num estado racista e num mundo machista.

Sempre igual a si mesma, Lady Day, com sua gardénia no cabelo, possuiu uma voz inconfundível e imediatamente identificável.

Sendo mais uma cantora de Jazz que de Blues (embora o espírito blue esteja sempre presente), deixo apenas 3 exemplos:

1º- um blues cantado em 1957 e com um elenco de luxo: Billie Holiday singing with Ben Webster - tenor saxophone, Lester Young - tenor saxophone, Vic Dickenson - trombone, Gerry Mulligan - baritone saxophone, Coleman Hawkins - tenor saxophone, Roy Eldridge - trumpet, Doc Cheatham - trumpet, Danny Barker - guitar, Milt Hinton - double bass, Mal Waldron - piano and Osie Johnson - drums.

- http://www.youtube.com/watch?v=ZtgUbJN8oPE&feature=related

Quasimodo ma non troppo disse...

[IIª Parte]

«The Lady Sings The Blues»

2º - «Strange Fruit»
Como escreveste, «Billie tem uma voz sensual, perfeita que realmente toca a alma de qualquer pessoa que tenha sensibilidade de entender o que suas músicas significavam». Acrescento à sensibilidade, o conhecimento do contexto histórico-cultural, ok?
De que «estranho fruto» canta em cascatas de choro Billie Holiday?
O mais terrível, o pior que a humanidade pode produzir: seres humanos enforcados! Negros, claro, no caso do tema e letra de Billie Holiday. Os linchamentos, enforcamentos e perseguições à comunidade negra nos EUA eram o «pão nosso de todos os dias», era uma de misto de ódio e medo, um verdadeiro desporto e sádico prazer para grupos como o Ku Klux Klan e tantos outros. A paisagem do Sul dos EUA era pontilhada por árvores de onde pendiam negros enforcados...!

Cito uma introdução no youtube:
«Written originally as a poem, Abel Meeropol wrote & performed Strange Fruit to express his horror at lynchings. Barney Josephson of Cafe Society Nightclub in New York heard the song performed by Meeropol, his wife, & vocalist Laura Duncan & introduced it to Billie Holiday whom asked her label Columbia to record the song. Fearing a negative reaction due to the songs lyrics, they refused to record the song. She then asked friend Milt Gabler of Commodore Records & sang a cappella version to Gabler whom wept afterwards. Columbia gave Holiday a one-session release from her contract to record with Commodore. Because of the songs impact, Holiday was told to close all her shows with it. As the song was about to begin, waiters stopped serving, lights were turned off & a spotlight was focused on Holiday whom had her eyes closed, as if she were praying.»

Letra:
«Southern trees bear strange fruit,
Blood on the leaves and blood at the root,
Black bodies swinging in the southern breeze,
Strange fruit hanging from the poplar trees.

Pastoral scene of the gallant south,
The bulging eyes and the twisted mouth,
Scent of magnolias, sweet and fresh,
Then the sudden smell of burning flesh.

Here is fruit for the crows to pluck,
For the rain to gather, for the wind to suck,
For the sun to rot, for the trees to drop,
Here is a strange and bitter crop.»

- http://www.youtube.com/watch?v=BMDKxC0Dp34
(p.s.: versão de 1939. ouvir outra de 1959)

3º - «Miss Brown to You» (1935)
É com aparente felicidade que Billie Holiday canta o efeito e perigos de Missa Brown, advertindo os expectadores/ouvintes para o seu perigo.

Letra:
«Who do you think is comin' to town
You'll never guess who
Lovable, hugable Emily Brown
Miss Brown to you
What if the rain comes pattering down
My heaven is blue
Can it be sending me Emily Brown
Miss Brown to you

I know her eyes will thrill ya
But go slow, oh, oh
Don't you all get too familiar
Why do you think she's comin' to town
Just wait and you'll see
The lovable little Miss Brown to you
Is baby to me, yes, yes

Mark it down...»

Miss Brown é a heroína...

- http://www.youtube.com/watch?v=HfgIrFPaNEI

Um Abraço transatlânico!

Postar um comentário